Na Estante: “Estilhaça-me”

Aloha, sponges!

Hoje vamos falar de um dos livros distópicos mais apaixonantes que já li! Ele é encantador, poético e vertiginoso!

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Como todos sabem, ou não, tenho um enorme fraco por romances distópicos que costumam ser mais platônicos que qualquer outra coisa. Normalmente se passando em sociedades opressoras, onde um simples toque é um crime, e o amor proibido dos protagonistas te faz devorar páginas e mais páginas sem se dar conta do tempo. Esses romances me conquistam e fazem meu coração doer, mesmo sendo muito parecidos entre eles, com elementos já conhecidos, eles têm suas diferenças e características que os fazem únicos.

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No romance de Tahereh Mafi, Juliette não toca alguém a exatamente 264 dias. A última vez que ela o fez, que foi por acidente, foi presa por assassinato. Ninguém sabe por que o toque de Juliette é letal, mas o Restabelecimento tem planos para ela. Planos para usá-la como arma. E Juliette tem seus planos. Após uma vida inteira sem liberdade, ela descobriu uma força para lutar contra todos pela primeira vez — e para obter um futuro com o único garoto que ela pensou que fosse perder para sempre.

Acho que o que faz de “Estilhaça-me” um romance único é o jeito com que Tahereh Mafi escreve. Nunca li nada parecido. No começo pareceu confuso, mas a partir do momento em que você entra no embalo das frases e sentenças tudo parece fazer mais sentido, fluir melhor, soa mais verdadeiro. É como se você estivesse na pele da protagonista, com as emoções a flor da pele. Não acho que algum dia uma personagem tenha sido tão desnudada aos olhos do leitor como Juliette Ferrars foi nesse primeiro romance da autora.

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A história se passa num futuro não muito distante, onde a Terra está morrendo, arrasada e devastada pela inconsequência do homem. As nuvens são das cores erradas, os pássaros não voam mais, os animais estão doentes e a população está morrendo de fome, sendo controlada pel’O Restabelecimento, que prometeu fazer a sociedade voltar a ser o que era antes. Não é surpresa nenhuma quando tudo o que O Restabelecimento faz é oprimir os cidadãos, matar os fortes demais para uma rebelião, desprezar idosos e crianças. Vamos conhecendo essa realidade no decorrer do livro, morrendo de curiosidade para saber mais e descobrir o que aconteceu, já que a protagonista (nossos olhos e ouvidos nessa história) está presa em um manicômio há cerca de 3 anos e há 264 dias não toca ninguém. Juliette é uma garota de 17 anos, e um dos únicos personagens essencialmente bons a quem me afeiçoei. Normalmente tenho uma queda por personagens com desvios de caráter e os bonzinhos demais chegam a me irritar. Mas foi diferente com a mocinha de Tahereh Mafi, talvez por causa de seu dom, que me lembrou tanto a minha personagem favorita dos X-Men, que foi impossível não gostar.

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O toque de Juliette é letal, até mesmo fatal. Seus próprios pais lhe viraram as costas e ela sempre sofreu com o preconceito e a culpa de ser quem é. No inicio da trama é possível pensar que a personagem tenha até enlouquecido durante os anos de confinamento. A repetição de palavras, uma atrás da outra, as sentenças riscadas, o querer e não poder querer, ela é um livro aberto para o leitor, insana e esquecida de quem é. Pelo menos até ganhar um colega de cela, que faz perguntas demais e não responde nenhuma das dela.

Adam é um garoto que deve ter a idade dela, com tatuagens nos braços, olhos profundamente azuis e um sorriso fácil. O motivo de ele estar ali é um mistério e não sei dizer se é por que vemos tudo pelos olhos de Juliette (e tudo com ela é tão intenso e real que você acaba assimilando suas emoções), mas simplesmente não tem como não se apaixonar por ele.

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E como dito anteriormente, costumo ter um fraco por personagens com desvios de caráter. Nesse livro não é diferente. Nosso vilão é o líder do Setor 45, que têm uma obsessão por Juliette e pelo poder dela. Apesar de ter apenas 19 anos, Warner é implacável, gosta de poder e está disposto a tudo para obtê-lo e mantê-lo. Ele pode ser bem desprezível, mas vou confessar, gostei muito dele.

Outra coisa que também gostei muito nesse livro é o crescimento da personagem principal. Conforme a história evolui, a própria Juliette evolui também. Conforme ela vai ficando mais sã as frases riscadas vão ficando mais raras no decorrer das páginas. Há verdade em seus pensamentos sobre si mesma, sobre as situações em que ela se encontra, sobre Adam e até mesmo sobre Warner.

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Este primeiro livro fecha um ciclo de autoconhecimento para Juliette e nos dá um formidável gancho para a continuação “Liberta-me” (já lançado no Brasil e tão incrível quanto o primeiro! Aguardem uma resenha, ela virá!). Antes deste, ainda temos um e-book do ponto de vista de Warner, uma espécie de “1.5” intitulado “Destrua-me”, e disponibilizado gratuitamente no site da Editora Novo Conceito (por algum motivo saiu do ar, mas não importa, você pode baixar aqui). E esse e-book, juro, mexeu com todos os meus feelings em relação ao vilão que adorava odiar e agora adoro amar!

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Esse mês foi lançado pela Novo Conceito o terceiro e provavelmente (isso por que o livro termina cheio de aberturas para uma continuação) ultimo livro da trilogia, “Incendeia-me” (a resenha também virá, rs.), além de um e-book do ponto de vista de Adam, o “2,5”, “Fragmenta-me”, baixe aqui ou aqui, é de graça :D. Lá fora esses e-books foram lançados juntos em uma edição impressa chamada “Unite me”, só nos resta orar muito para que a editora que detém os direitos de publicação da série no Brasil lance esse também 😀

Tenho uma espécie de adoração pelas capas americanas, acho lindas, super artísticas e resumem bem o sentimento de cada livro. Graças a Deus a Novo Conceito vai relançar os livros com novas capas, iguais as americanas *—* e pra quem já tem os livros com as capas antigas (meu caso), eles disponibilizaram jackets gratuitas pra sua coleção ficar lindona também!

tudo

 

E vocês, curtem uma boa distopia?

xoxo.

P.